segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Pensamentos...


E se o amor é livre, para quê prendê-lo quando as suas asas o fazem voar para longe?

Para quê impor-lhe leis e restrições, se ele próprio transpõe fronteiras?

Para quê cobri-lo com ciúmes e sufocá-lo doentiamente com apego, se ele desaparece para não sucumbir numa masmorra?

Para quê quere-lo possessivamente, só para nós e todo sempre, se ele envergonha o ego, que se ajoelha á sua frente?

Ele brinca por entre mãos entrelaçadas, adquire o riso inocente de uma criança e depois voa…voa para bem longe, tão longe quanto maior a imensidão que as suas asas consigam abraçar…

Agarrei-me às suas asas, quando ele chamou por mim, assim como uma onda, que nos segreda baixinho ao ouvido e que levemente nos acaricia a alma…e voei, voei para bem longe, ao sabor do vento…desconheço o ponto de chegada, o que mais quero é amar, amar, amar…

Amar pelo simples facto de amar…amar, despindo-me do ego camuflado, abrir os braços á Vida e amar, amar, amar…

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Prazeres...ronronices de uma gata

O que mais gosto no Inverno, é ficar na cama e a chuva lá fora a cair. Dormir até às tantas e esquecer a selva de loucos lá fora... adoro a sorna, a ronha, a sostrice ou lá o que lhe quiserem chamar...aconchegada pelos cobertores, o cheiro da pele que se mistura com o macio dos lençóis...Hmmm tão bom...melhor, só tendo alguém ao nosso lado que também goste de ronronar...


terça-feira, 6 de novembro de 2007

Resgatada do baú



Felicidade

Há quem a persiga, como alguém que tenta agarrar a lua, e esta torna-se cada vez mais distante que nos finta. Outros ainda, vivem anestesiados no mundo dos “ses”: “ se eu tivesse, se eu fosse, se eu ganhasse…”, que acabam por deixar escapar a felicidade.

Há também aqueles que a encontram, a toda a hora, a todo o momento, mesmo ali ao virar da esquina, sem nada fazer para a procurar.

Esses simplesmente vivem a vida, mantendo o espírito aberto perante tudo o que esta tem para oferecer, numa atitude contemplativa chegam a encontrar o que muitos procuram sem encontrar, pode não ser de imediato, mas acaba por dar os seus frutos, para lá da ansiedade e do querer possessivo do ego, a felicidade tece – se nas redes da paciência e da compreensão, da vontade e da intuição.

Enganem-se os que pensam que o apego aos objectos os fará mais felizes, a felicidade está para lá do materialismo, da futilidade e da subjugação do homem face ao ego, assim como aqueles que artificialmente a procuram num novo amor como forma de cicatrizar as feridas do passado ou de preencher o temido vazio das suas vidas.

Felicidade anda de mãos dadas com o amor, não com esse amor que sociedade corrompe e que tão doentiamente buscámos nos outros que nos faz rastejar perante alguém, que arrasa com a auto-estima fazendo-nos esquecer de nós próprios; não, não é esse amor que ilude sob um falso véu.

É o amor universal, que está acima de tudo e de todos, que parte de nós para os outros, que é gratuito, nada cobra, apenas liberdade para se expandir.

Felicidade, imprevisível e espontânea, permanece por tempo indefinido e quando desaparece reina a apatia e a insatisfação, tudo para nos mostrar que é momentânea, nunca poderia ser permanente pois deixava de ser felicidade e passava a banalidade e rotina do quotidiano. É para ser partilhada entre risos e lágrimas momentos de alegria e de cumplicidade.

Qualidade preciosa , surge como recompensa e não como um fim, a partir do momento que apreciamos a beleza e a simplicidade em tudo ao redor e passámos também a fazer parte dela, desse estado supremo de enorme júbilo que entoa na alma e nos transporta para fora de nós. É a retribuição da vida para connosco pelo amor e pela fidelidade.

Atira o boomerang e pacientemente espera que este regresse ás tuas mãos…


(folha solta escrita no Verão de 2007)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Beijóterapia




Nao há nada como uma inesperada sessão de beijos para quebrar a rotina do dia-á dia. ;)
Beijos, muitos beijos...beijos bons, beijos suaves e envolventes,beijos avassaladores, beijos inesperados ou desejados...
Um beijo como ponto de partida ou de uma despedida...
Afinal um beijo é sempre um beijo...



terça-feira, 9 de outubro de 2007

Saudade



Aparece inesperadamente,acompanhada por uma nostalgia, vem dissimulada sob a forma de um lugar, uma pessoa, uma música, um cheiro ou uma fotografia. Apodera-se da mente para nela projectar o passado; passado esse que um dia foi presente mas que ficará protegido com uma película à prova do tempo, onde nem o pó nem as teias de aranha conseguem chegar porque a memória encarrega-se de nos fazer reviver os filmes vezes sem conta, com o mesmo desejo e a mesma intensidade.
A tela está mesmo á nossa frente, os olhos nela mergulhados, abstraem-se de tudo o resto á volta.
Ficámos estáticos a olhar para o invisível enquanto um turbilhão de emoções toma conta de nós e nos leva aos extremos: da alegria á tristeza, do riso ao choro, da felicidade á infelicidade, da euforia á apatia. O estômago aperta de tal maneira, quase sufoca.
É tudo tão estranho...o passado ressuscita, embora intocável parece que está acontecer hoje e pela primeira vez, mesmo diante de nós...refiro-me à saudade,à que anda de mãos dadas com o pasado,à que passeia pelos recônditos lugares do coração,à que teima em aparecer sem avisar. Não tem hora nem lugar marcados, podemos estar sozinhos, embalados no silêncio da noite, na serenidade dos fins de tarde ou acompanhados, por entre risos e entoantes gargalhadas, com amigos e familiares, nas jantaradas ou em conversas prolongadas, sorrateiramente apanha-nos desprevenidos, toma-nos de assalto a psiqué, invade-nos com uma naturalidade e espontaneidade...
Saudade algo efémero, vai e vem como uma onda, perpetua momentos que se tornam inesquecíveis, uma ponte entre o passado e o presente...
Saudade, a palavra do povo português a quem o fado e o mar invocam à nostalgia e ao passado... memórias que sobrevivem ao desgaste temporal...doces recordações
como eu lhes chamo, mais doces que algodão doce porque não carregam a mágoa, a frustração e o pesar dos dias; doces porque o fado não me vai na alma...há muito que essa anda perdida pela Andaluzia; doces porque vêm acompanhadas por um doce sorriso que abre caminho caminho ao presente e o pinta com várias cores, deixando para trás o sépia juntamente com o preto e o branco...
E eis que á frente surge uma longa estrada que vai sendo percorrida quilómetro após quilómetro, o que ficou para trás deixou-se de avistar para nos mostrar que a estrada continua e o caminho está mesmo adiante dos nossos olhos...


domingo, 7 de outubro de 2007

Sacred Sex

Porque o sexo não se resume a uma simples actividade que proporciona breves momentos de prazer...
Sexo não é o BUMMMM do orgasmo, sexo é descoberta,é contemplação de dois corpos que se entrelaçam, é ousar explorar o corpo, o nosso e o do outro.
E conhecimento, está para lá do carnal conduz-nos para fora de nós até ao espiritual.
Sexo não é banal nem rotineiro, é criativo e destemido, corta com velhos tabus, põe de lado a vergonha, a humilhação, o pecado e a preservação da espécie.
Sexo é bom e é para ser saboreado como uma bela chávena de café, que aos poucos vai sendo descoberta...


domingo, 23 de setembro de 2007

Devaneios...ás voltas com o prazer...



Perfeito perfeito perfeito, é o prazer que fica á flor da pele...umas pernas acabadas de depilar em contacto com a macieza de uns lençóis brancos...hmm divinal...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A prece do mundo



A prece do mundo está envolvida nas mãos daqueles que acreditam e que intuitivamente alimentam o olhar com esperança no amanhã e um sorriso cheio de energia no presente.

São audazes os que se aventuram pelo invisível, de olhos postos no mundo, aprendizes que sabiamente a vida contempla e o tempo amadurece.

Podes até rir-te na minha cara, pensar que sou louca, podes até chamar-me de doida, teimosa ou obcecada que mesmo assim eu continuarei a acreditar…

Louco é todo aquele que deixa de acreditar, que deixa morrer a sua fé interior, que se transforma numa velha alma sem rumo despojada de todas as suas vivências, de todas as suas crenças…

Embriago-me em caminhos que contradizem outros tantos, não vou por onde dizem, mas por onde acredito… A vida é uma crença, por isso eu acredito …

sábado, 1 de setembro de 2007

" O arame da Vida "



" ...Há que ser um hábil funâmbulo no arame da vida. Este oferece-nos uma fictícia sensação de segurança e chegamos a crer que não tem fim. Quando o arame termina, a vida acaba. Então pprecipitamo-nos no Grande Vazio. (...) A vida é um arame, sim - afirmou peremptório. - Se estás apreensivo, cais; se te mostras demasiado desprevenido e ousado, também. Se distrais a tua atenção, está tudo perdido. Se o medo se apodera de ti e te paralisa, a vida perde o seu brilho e o espírito murcha.
Do mesmo modo que um bom funâmbulo caminha sobre o arame com grande atenção e procura a cada momento conservar o equilíbrio, também há que passar assim pela vida."

In O Faquir

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

" Há beijos que não se esquecem"


" Há lábios que se guardam num beijo.
Colados aos nossos.
Tocamos-lhes cada vez que tocamos com os dedos na imagem do passado.
Ele ainda ali está. os lábios dela. A beijá-la.
Ela floreava com os braços no ar, como se procurasse alcançá-lo.
O rosto ausente dele.
Na superfície do desejo existe apenas o sonho.
Ela ansiava antes do choro. Quando abria os olhos e ele não estava ali.
Há beijos que trazem sabor a mel.
Outros suspendem a alegria.
Na amargura."
(...)

In O Tempo das Cerejas

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

"Encosta-te a mim"


Vem de mansinho e encosta-te a mim...
Não digas nada, o silêncio acaricia o momento...
Toma-me nos braços, num abraço apertado e indestrutível...
Pele com pele, aromas que se misturam...
Um doce suspiro que se desprende da alma...
Encosta-te a mim, bem juntinho ao meu peito,
Deixa-te ficar assim, embalado nas minhas caricías,
Cúmplice do meu sorriso
Encosta-te a mim e deixa-me ficar assim também... encostada a ti
Esquecida do mundo lá fora, envolvida nos teus braços...